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Belo Monte avalia nova barragem para amenizar conflito ambiental
24/04/2025
Fonte: Valor Econômico - https://valor.globo.com/
Belo Monte avalia nova barragem para amenizar conflito ambiental
Para não abrir novo embate com ambientalistas e entidades civis que atuam na região, o presidente da Norte Energia, concessionária da usina, garantiu que o novo lago não afetaria terras indígenas demarcadas
24/04/2025
Rafael Bitencourt
A Norte Energia, concessionária da hidrelétrica Belo Monte, iniciou a discussão sobre a construção de uma nova barragem para acumulação de água no rio Xingu (PA) com o objetivo de minimizar o conflito em torno do volume de água liberado pelo empreendimento em período de estiagem. A informação foi passada pelo presidente da empresa, Paulo Roberto Ribeiro Pinto, a jornalistas em visita à usina.
Para não abrir novo embate com ambientalistas e entidades civis que atuam na região, o presidente da concessionária garante que o novo lago não afetaria terras indígenas demarcadas, nem teria o propósito de ampliar a capacidade de geração de eletricidade por meio da instalação de nova casa de força para receber mais turbinas. A ideia seria conter maior volume de água na estação chuvosa para soltar nos meses de pouca chuva.
Disputa com o Ibama
Belo Monte é a maior hidrelétrica brasileira 100% nacional, com capacidade instalada de 11,2 mil megawatts (MW). A discussão de ampliar a área de alagamento ocorre em paralelo à disputa travada com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre o controle do fluxo de água em trecho de vazão reduzida do empreendimento.
O órgão ambiental alega que o controle mais rigoroso da vazão, que restringe a geração de energia, é necessário para preservar o regime de reprodução dos peixes da região. A empresa, porém, argumenta que está levando prejuízo, deixando de gerar o volume de energia correspondente ao definido no contrato de concessão no momento de estiagem na região Norte.
De janeiro até a primeira quinzena de maio, Belo Monte funciona a plena carga, dado o volume de água deste período. A discussão sobre o controle de vazão, chamado "hidrograma", já foi parar na Justiça. O assunto também é tratado no processo de renovação da licença de operação (LO) da usina, em análise no Ibama.
"Mexer no hidrograma é inviabilizar o projeto", ressaltou o executivo da Norte Energia. "É com essa água que se gera caixa, se paga o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] e bancamos as compensações socioambientais", acrescentou Ribeiro Pinto.
Ele lembra que Belo Monte, apesar das críticas dirigidas ao projeto, é uma usina "campeã" em potência instalada por quilômetro alagado. Segundo ele, a hidrelétrica é destaque mundial ocupando a primeira colocação nesse quesito.
A hidrelétrica, disse o executivo, responde pelo investimento de R$ 48 bilhões, sendo R$ 8 bilhões aplicados em medidas de mitigação dos impactos e compensações socioambientais. Mesmo assim, ambientalistas alertam que o impacto da construção da usina somado a atividades ilegais na região da Volta Grande do Xingu, que recebeu Belo Monte, tem produzido efeitos irreversíveis. A avaliação é contestada pela concessionária responsável pela operação da usina.
Sobre o hidrograma, o presidente da Norte Energia afirmou que a discussão no governo caminha para um consenso. O assunto, segundo ele, é tratado no âmbito do Ministério de Minas e Energia e da Casa Civil.
Em conversa com jornalistas, o superintendente de operações da Norte Energia, Sandro Deivis dos Santos, reforçou que os estudos sobre o novo lago do complexo de Belo Monte ainda nem começaram, mas considera que, se viabilizado, seria instalado antes das duas casas de força existentes (Belo Monte e Pimental), a 30 quilômetros de Altamira (PA). O técnico disse ainda que a proposta foi levantada pelo próprio governo.
Procurado, o ministério confirmou que o projeto "está em análise", mas ainda em fase de discussão "preliminar".
https://valor.globo.com/empresas/noticia/2025/04/24/belo-monte-avalia-nova-barragem-para-amenizar-conflito-ambiental.ghtml
Para não abrir novo embate com ambientalistas e entidades civis que atuam na região, o presidente da Norte Energia, concessionária da usina, garantiu que o novo lago não afetaria terras indígenas demarcadas
24/04/2025
Rafael Bitencourt
A Norte Energia, concessionária da hidrelétrica Belo Monte, iniciou a discussão sobre a construção de uma nova barragem para acumulação de água no rio Xingu (PA) com o objetivo de minimizar o conflito em torno do volume de água liberado pelo empreendimento em período de estiagem. A informação foi passada pelo presidente da empresa, Paulo Roberto Ribeiro Pinto, a jornalistas em visita à usina.
Para não abrir novo embate com ambientalistas e entidades civis que atuam na região, o presidente da concessionária garante que o novo lago não afetaria terras indígenas demarcadas, nem teria o propósito de ampliar a capacidade de geração de eletricidade por meio da instalação de nova casa de força para receber mais turbinas. A ideia seria conter maior volume de água na estação chuvosa para soltar nos meses de pouca chuva.
Disputa com o Ibama
Belo Monte é a maior hidrelétrica brasileira 100% nacional, com capacidade instalada de 11,2 mil megawatts (MW). A discussão de ampliar a área de alagamento ocorre em paralelo à disputa travada com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre o controle do fluxo de água em trecho de vazão reduzida do empreendimento.
O órgão ambiental alega que o controle mais rigoroso da vazão, que restringe a geração de energia, é necessário para preservar o regime de reprodução dos peixes da região. A empresa, porém, argumenta que está levando prejuízo, deixando de gerar o volume de energia correspondente ao definido no contrato de concessão no momento de estiagem na região Norte.
De janeiro até a primeira quinzena de maio, Belo Monte funciona a plena carga, dado o volume de água deste período. A discussão sobre o controle de vazão, chamado "hidrograma", já foi parar na Justiça. O assunto também é tratado no processo de renovação da licença de operação (LO) da usina, em análise no Ibama.
"Mexer no hidrograma é inviabilizar o projeto", ressaltou o executivo da Norte Energia. "É com essa água que se gera caixa, se paga o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] e bancamos as compensações socioambientais", acrescentou Ribeiro Pinto.
Ele lembra que Belo Monte, apesar das críticas dirigidas ao projeto, é uma usina "campeã" em potência instalada por quilômetro alagado. Segundo ele, a hidrelétrica é destaque mundial ocupando a primeira colocação nesse quesito.
A hidrelétrica, disse o executivo, responde pelo investimento de R$ 48 bilhões, sendo R$ 8 bilhões aplicados em medidas de mitigação dos impactos e compensações socioambientais. Mesmo assim, ambientalistas alertam que o impacto da construção da usina somado a atividades ilegais na região da Volta Grande do Xingu, que recebeu Belo Monte, tem produzido efeitos irreversíveis. A avaliação é contestada pela concessionária responsável pela operação da usina.
Sobre o hidrograma, o presidente da Norte Energia afirmou que a discussão no governo caminha para um consenso. O assunto, segundo ele, é tratado no âmbito do Ministério de Minas e Energia e da Casa Civil.
Em conversa com jornalistas, o superintendente de operações da Norte Energia, Sandro Deivis dos Santos, reforçou que os estudos sobre o novo lago do complexo de Belo Monte ainda nem começaram, mas considera que, se viabilizado, seria instalado antes das duas casas de força existentes (Belo Monte e Pimental), a 30 quilômetros de Altamira (PA). O técnico disse ainda que a proposta foi levantada pelo próprio governo.
Procurado, o ministério confirmou que o projeto "está em análise", mas ainda em fase de discussão "preliminar".
https://valor.globo.com/empresas/noticia/2025/04/24/belo-monte-avalia-nova-barragem-para-amenizar-conflito-ambiental.ghtml
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