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Painel no Acampamento Terra Livre discute desafios pós-desintrusão em Terras Indígenas
09/04/2025
Fonte: COIAB - https://coiab.org.br/247716-2/
Painel no Acampamento Terra Livre discute desafios pós-desintrusão em Terras Indígenas
Por: Antônio Marinho Piratapuia
Publicada em: 09/04/2025 às 16:03
A Aliança em Defesa dos Territórios reuniu lideranças indígenas Kayapó, Munduruku, Yanomami, Parakaña e especialista para discutir os impactos da invasão do garimpo e apresentar balanços das ações de desintrusão, além de apontar caminhos para fortalecer a proteção dos territórios indígenas. O painel "Garimpo, a vida após as desintrusões e a recuperação socioambiental dos territórios", aconteceu na tarde de terça-feira (08) na tenda da Coiab no 21o Acampamento Terra Livre.
Estiveram presentes nessa ocasião o Cacique Raoni, líder do povo indígena Mebêngôkre, Dário Kopenawa, vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami, Julio Ye'Kwana da Associação Wanasseduume Ye'kwana, Ademir Kabá Munduruku, liderança do povo Munduruku, Nenetinga Parakanã, secretário da Associação Tato'a e o representante do Instituto SocioAmbiental (ISA). A moderação ficou por conta de George da Greenpeace Brasil.
Julio Ye'Kwana iniciou as discussões descrevendo a situação atual do seu território, localicalizado na TI Yanomami, após dois anos de desintrução do garimpo ilegal. Ele relatou que a situação está melhorando lentamente, com a redução da presença de garimpeiros e a volta de alguns jovens que foram aliciados para trabalhar no garimpo. No entanto, a recuperação é lenta e difícil, pois o garimpo causou grande destruição ambiental e social. "A saúde dos Yanomami ainda é precária, e o garimpo continua presente, com aviões transportando garimpeiros para a Venezuela", disse a liderança indígenas.
Ele também expressou a esperança de que o governo continue trabalhando para acabar com o garimpo na terra indígena e que os Yanomami possam viver em paz e em harmonia com a natureza.
Para o vice-presidente da Hutukara, Dário Kopenawa, a situação é crítica na Terra Indígena Yanomami, no norte do Brasil. Ele destacou a invasão de garimpeiros, que já destruiu 5.000 hectares da terra e contaminou rios com mercúrio. "O garimpo industrial, com uso de dragas e maquinários pesados, é uma ameaça crescente. A situação é ainda mais grave com a presença de facções criminosas, como o Comando Vermelho", relatou.
Apesar da decretação de estado de emergência pelo governo Lula, a retirada dos garimpeiros é lenta e muitos continuam trabalhando à noite. Dario reforçou que denuncia a situação e pede a desestruturação do garimpo ilegal, além de justiça para as crianças yanomâmi que morreram durante os últimos quatro anos.
O painel contou com a ilustre presença do cacique Raoni Metuktire, que em sua fala expressou sua preocupação com a invasão de terras indígenas por garimpeiros e a destruição da natureza.
Em sua mensagem o líder do povo Kayapó, pediu aos povos indígenas que se unam para lutar contra essas ameaças e defender seus territórios e recursos naturais. "Nós somos irmãos. Nós somos indígenas, somos irmãos, nós temos essa nossa consideração entre nós. Então devemos lutar juntos, então é isso que eu tenho para falar para vocês neste momento, é um momento oportuno para mim poder dizer isso para vocês", disse Raoni.
Ele também menciona a importância de proteger a cultura e os costumes indígenas, reconhecendo a necessidade de lutar contra as ameaças que colocam em risco a identidade e a tradição do povo indígena.
O líder indígena Nenetinga Parakanã comemorou a desintrusão da terra indígena Parakanã, após uma luta de 30 anos. Apesar da vitória, a situação ainda é tensa, com ameaças constantes de invasores. Nenetinga destacou a necessidade de projetos para reflorestar a área, pois o desmatamento é um problema grave.
"O maior desmatamento que existe na nossa terra é muito gado, tem muito pasto grande. Quero ressaltar aqui que não adianta o governo tirar todos os invasores e não ter projeto. A gente tem que preservar nossa terra e replantar a nossa terra. Precisamos de um projeto grande para que possamos reflorestar a natureza", relatou.
Ele também mencionou a persistência de garimpeiros ilegais, que continuam entrando na terra à noite. Apesar dos desafios, o povo Parakanã continua firme em sua luta pela proteção de seu território, organizando-se e buscando apoio de parceiros.
Lançamento do novo relatório "Ouro Tóxico"
Ao final das discussões do painel sobre Garimpo na Amazônia, a vida após as desintrusões e a recuperação socioambiental dos territórios foi apresentado o novo relatório "Ouro Tóxico - Como a exploração ilegal de ouro na Amazônia alimenta a destruição ambiental, as violações dos direitos indígenas e um comércio global obscuro".
Lançado pelo Greenpeace Brasil em parceria com o Greenpeace Alemanha, o relatório revela os impactos do garimpo ilegal e expõe os responsáveis por alimentar essa cadeia de destruição.
Acesse o relatório: https://l1nq.com/2zyfd
https://coiab.org.br/247716-2/
Por: Antônio Marinho Piratapuia
Publicada em: 09/04/2025 às 16:03
A Aliança em Defesa dos Territórios reuniu lideranças indígenas Kayapó, Munduruku, Yanomami, Parakaña e especialista para discutir os impactos da invasão do garimpo e apresentar balanços das ações de desintrusão, além de apontar caminhos para fortalecer a proteção dos territórios indígenas. O painel "Garimpo, a vida após as desintrusões e a recuperação socioambiental dos territórios", aconteceu na tarde de terça-feira (08) na tenda da Coiab no 21o Acampamento Terra Livre.
Estiveram presentes nessa ocasião o Cacique Raoni, líder do povo indígena Mebêngôkre, Dário Kopenawa, vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami, Julio Ye'Kwana da Associação Wanasseduume Ye'kwana, Ademir Kabá Munduruku, liderança do povo Munduruku, Nenetinga Parakanã, secretário da Associação Tato'a e o representante do Instituto SocioAmbiental (ISA). A moderação ficou por conta de George da Greenpeace Brasil.
Julio Ye'Kwana iniciou as discussões descrevendo a situação atual do seu território, localicalizado na TI Yanomami, após dois anos de desintrução do garimpo ilegal. Ele relatou que a situação está melhorando lentamente, com a redução da presença de garimpeiros e a volta de alguns jovens que foram aliciados para trabalhar no garimpo. No entanto, a recuperação é lenta e difícil, pois o garimpo causou grande destruição ambiental e social. "A saúde dos Yanomami ainda é precária, e o garimpo continua presente, com aviões transportando garimpeiros para a Venezuela", disse a liderança indígenas.
Ele também expressou a esperança de que o governo continue trabalhando para acabar com o garimpo na terra indígena e que os Yanomami possam viver em paz e em harmonia com a natureza.
Para o vice-presidente da Hutukara, Dário Kopenawa, a situação é crítica na Terra Indígena Yanomami, no norte do Brasil. Ele destacou a invasão de garimpeiros, que já destruiu 5.000 hectares da terra e contaminou rios com mercúrio. "O garimpo industrial, com uso de dragas e maquinários pesados, é uma ameaça crescente. A situação é ainda mais grave com a presença de facções criminosas, como o Comando Vermelho", relatou.
Apesar da decretação de estado de emergência pelo governo Lula, a retirada dos garimpeiros é lenta e muitos continuam trabalhando à noite. Dario reforçou que denuncia a situação e pede a desestruturação do garimpo ilegal, além de justiça para as crianças yanomâmi que morreram durante os últimos quatro anos.
O painel contou com a ilustre presença do cacique Raoni Metuktire, que em sua fala expressou sua preocupação com a invasão de terras indígenas por garimpeiros e a destruição da natureza.
Em sua mensagem o líder do povo Kayapó, pediu aos povos indígenas que se unam para lutar contra essas ameaças e defender seus territórios e recursos naturais. "Nós somos irmãos. Nós somos indígenas, somos irmãos, nós temos essa nossa consideração entre nós. Então devemos lutar juntos, então é isso que eu tenho para falar para vocês neste momento, é um momento oportuno para mim poder dizer isso para vocês", disse Raoni.
Ele também menciona a importância de proteger a cultura e os costumes indígenas, reconhecendo a necessidade de lutar contra as ameaças que colocam em risco a identidade e a tradição do povo indígena.
O líder indígena Nenetinga Parakanã comemorou a desintrusão da terra indígena Parakanã, após uma luta de 30 anos. Apesar da vitória, a situação ainda é tensa, com ameaças constantes de invasores. Nenetinga destacou a necessidade de projetos para reflorestar a área, pois o desmatamento é um problema grave.
"O maior desmatamento que existe na nossa terra é muito gado, tem muito pasto grande. Quero ressaltar aqui que não adianta o governo tirar todos os invasores e não ter projeto. A gente tem que preservar nossa terra e replantar a nossa terra. Precisamos de um projeto grande para que possamos reflorestar a natureza", relatou.
Ele também mencionou a persistência de garimpeiros ilegais, que continuam entrando na terra à noite. Apesar dos desafios, o povo Parakanã continua firme em sua luta pela proteção de seu território, organizando-se e buscando apoio de parceiros.
Lançamento do novo relatório "Ouro Tóxico"
Ao final das discussões do painel sobre Garimpo na Amazônia, a vida após as desintrusões e a recuperação socioambiental dos territórios foi apresentado o novo relatório "Ouro Tóxico - Como a exploração ilegal de ouro na Amazônia alimenta a destruição ambiental, as violações dos direitos indígenas e um comércio global obscuro".
Lançado pelo Greenpeace Brasil em parceria com o Greenpeace Alemanha, o relatório revela os impactos do garimpo ilegal e expõe os responsáveis por alimentar essa cadeia de destruição.
Acesse o relatório: https://l1nq.com/2zyfd
https://coiab.org.br/247716-2/
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