De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias

Paz dentro e fora das aldeias

27/04/2008

Fonte: Diário de Cuiabá



Lígia Neiva e Panderowup Zoró, o Pan, formam um casal que bem reflete a harmonia entre índios e sociedade envolvente em Mato Grosso. Ela, de Inhapim (MG). Ele, da etnia Zoró. Ambos vereadores por Rondolândia. Lígia (PTB) é campeã nas urnas, com 129 votos. Pan (PPS) é segundo colocado com 126.

O casal divide o tempo entre a cidade e a Terra Indígena (T.I.) Zoró, de 356.241 hectares, distante 140 km de Rondolândia e com 304 indivíduos. Nenhum deles enfrenta barreiras dentro e fora da reserva por serem indivíduos de culturas distintas. A harmonia entre índios e vizinhos em Mato Grosso tem em Pan e Lígia um de seus exemplos.

Por todos os cantos os 25 mil índios e os moradores fora dos limites de suas terras convivem harmonicamente. As reservas, que se espalham por 15% do território de Mato Grosso, são intocáveis, tuteladas pela União por administração da Funai, e portanto excluídas da proposta do zoneamento em tramitação.

A exclusão das reservas do projeto de zoneamento não sofre nenhum tipo de questionamento. Mas, há divergência sobre a questão indígena em razão da prerrogativa da Funai para organizar Grupo de Trabalho (GT) destinados a levantamento antropológico, sem contraditório, para criação de novas reservas.

O poder de fogo da Funai preocupa autoridades estaduais e lideranças empresariais, porque GTs podem ser formados a qualquer momento. Mesmo com a Assembléia Legislativa aprovando, o governador Blairo Maggi sancionado e a esfera federal chancelando o zoneamento, nada impede a demarcação de novas reservas em áreas utilizadas para a produção de alimentos. A preocupação não se limita ao campo. A cidade de Nova Nazaré está sob a mira de um projeto de expansão de áreas xavantes no rio das Mortes para unificar os T.I. Areões e Pimentel Barbosa.

O último ato de expansão das áreas indígenas aconteceu em dezembro do ano passado, quando o ministro Tarso Genro (Justiça) criou a Terra Indígena Batelão, com 115.700 hectares para a etnia Kayabi, em Tabaporã, Juara e Nova Canaã do Norte. Em Batelão vivem centenas de famílias que produzem soja, arroz e milho em Tabaporã, e lidam com a pecuária nos outros dois municípios. A canetada de Genro pegou de surpresa inclusive a Assembléia, onde deputados protestaram. (EG)
 

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