From Indigenous Peoples in Brazil
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Dois anos de crise humanitária na Terra Yanomami: quais são os avanços e os desafios que ainda persistem
04/05/2025
Fonte: G1, Fantático - https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2025/05/04/dois-anos-de-crise-humanitaria-na
Dois anos de crise humanitária na Terra Yanomami: quais são os avanços e os desafios que ainda persistem
O Fantástico deste domingo (4) percorreu 3.600 quilômetros para revisitar a região e entender o que mudou desde então.
Por Fantástico
04/05/2025
Dois anos após a declaração de emergência humanitária na Terra Indígena Yanomami, o Fantástico percorreu 3.600 quilômetros para revisitar a região e entender o que mudou desde então. Confira a reportagem completa no vídeo acima.
'Era uma cena de guerra'
Em 2023, a reportagem encontrou garimpos dentro das aldeias, crianças e idosos desnutridos e doenças como malária, COVID-19 e gripe sem controle. A enfermeira Clara Opoxina relembra os momentos difíceis:
"Era uma cena de guerra, muitas pessoas debilitadas e desnutridas. A gente tinha pouco tempo para comer, dormir. Houve tempos em que eu saía do barraco para chorar", relata.
Há um mês, Clara abriu um posto provisório na Aldeia de Minau, erguido pelos indígenas. É o nono posto que ela colocou em funcionamento em dois anos.
"Até meio do ano passado ainda estava muito pesado, mas agora é o primeiro lugar que a gente faz uma estrutura emergencial", conta.
Dois anos após declaração de emergência humanitária na Terra Yanomami, Fantástico revisita região - Foto: Reprodução/TV Globo
Combate ao garimpo
A operação de combate ao garimpo e distribuição de cestas básicas começou forte, mas foi desmobilizada até o meio do ano. Um ano depois, o governo mudou a estratégia, coordenando todas as ações pela Casa de Governo, envolvendo forças armadas, policiais, agências regulatórias e sete ministérios.
Desde então, R$ 369 milhões em equipamentos das organizações criminosas foram destruídos, e o garimpo dentro do território caiu 96,5%.
As forças armadas utilizam drones com câmeras termais e laser para localizar acampamentos escondidos na floresta.
"A inteligência de imagens e sinais são muito importantes para descobrirmos esses acampamentos," explica o Tenente Coronel Daislan Aguiar.
O diretor da Casa de Governo, Nilton Tubino, fala sobre a dificuldade em eliminar totalmente a presença do garimpo na região.
"A grande dificuldade hoje é que o garimpo mudou a sua metodologia. Antes você tinha o garimpo trabalhando próximo dos rios, nas cavas. Hoje essa atividade se foi para dentro da floresta, para os igarapés no interior da floresta. O que muda a nossa dinâmica de trabalho".
Efeitos na saúde
O número de casos de malária subiu 10% em 2024, já as mortes pela doença caíram 42%. As crianças regatadas eram levadas para o posto de Surucucu. Há dois anos, a unidade de saúde tinha mais de 100 pessoas internadas. Agora, o Fantástico encontrou 13 pacientes internados.
"No primeiro mês que eu entrei em área, a gente tinha uma média de 100 a 130 pacientes ainda internados. Então, foi uma melhora, eu diria que uns 90%. A gente conseguiu reduzir em um ano de trabalho," afirma o médico Fábio Rivelino.
Dois anos crise humanitária Terra Yanomami: número de casos de malária subiu 10% em 2024, já as mortes pela doença caíram 42% - Foto: Reprodução/TV Globo
Esperança e recuperação
Junior Hekurara, que levou a reportagem à aldeia de Tirei há dois anos, celebra a condição atual.
"Da outra vez, eu chorei muito. Agora vemos crianças saudáveis, brincando e rindo. Fico muito feliz."
Mortes de indígenas
O Fantástico teve acesso, em primeira mão, ao relatório do Ministério da Saúde que contabilizou a morte de 337 indígenas no território, em 2024. 21% menos que em 2023. Mas ainda muito parecido com o de 2022, antes de começar a operação. Segundo o relatório, isso acontece porque só agora as equipes de saúde estão tendo acesso aos lugares que estavam ocupados pelo garimpo e, portanto, estão registrando mortes ocorridas no passado.
https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2025/05/04/dois-anos-de-crise-humanitaria-na-terra-yanomami-quais-sao-os-avancos-e-os-desafios-que-ainda-persistem.ghtml
O Fantástico deste domingo (4) percorreu 3.600 quilômetros para revisitar a região e entender o que mudou desde então.
Por Fantástico
04/05/2025
Dois anos após a declaração de emergência humanitária na Terra Indígena Yanomami, o Fantástico percorreu 3.600 quilômetros para revisitar a região e entender o que mudou desde então. Confira a reportagem completa no vídeo acima.
'Era uma cena de guerra'
Em 2023, a reportagem encontrou garimpos dentro das aldeias, crianças e idosos desnutridos e doenças como malária, COVID-19 e gripe sem controle. A enfermeira Clara Opoxina relembra os momentos difíceis:
"Era uma cena de guerra, muitas pessoas debilitadas e desnutridas. A gente tinha pouco tempo para comer, dormir. Houve tempos em que eu saía do barraco para chorar", relata.
Há um mês, Clara abriu um posto provisório na Aldeia de Minau, erguido pelos indígenas. É o nono posto que ela colocou em funcionamento em dois anos.
"Até meio do ano passado ainda estava muito pesado, mas agora é o primeiro lugar que a gente faz uma estrutura emergencial", conta.
Dois anos após declaração de emergência humanitária na Terra Yanomami, Fantástico revisita região - Foto: Reprodução/TV Globo
Combate ao garimpo
A operação de combate ao garimpo e distribuição de cestas básicas começou forte, mas foi desmobilizada até o meio do ano. Um ano depois, o governo mudou a estratégia, coordenando todas as ações pela Casa de Governo, envolvendo forças armadas, policiais, agências regulatórias e sete ministérios.
Desde então, R$ 369 milhões em equipamentos das organizações criminosas foram destruídos, e o garimpo dentro do território caiu 96,5%.
As forças armadas utilizam drones com câmeras termais e laser para localizar acampamentos escondidos na floresta.
"A inteligência de imagens e sinais são muito importantes para descobrirmos esses acampamentos," explica o Tenente Coronel Daislan Aguiar.
O diretor da Casa de Governo, Nilton Tubino, fala sobre a dificuldade em eliminar totalmente a presença do garimpo na região.
"A grande dificuldade hoje é que o garimpo mudou a sua metodologia. Antes você tinha o garimpo trabalhando próximo dos rios, nas cavas. Hoje essa atividade se foi para dentro da floresta, para os igarapés no interior da floresta. O que muda a nossa dinâmica de trabalho".
Efeitos na saúde
O número de casos de malária subiu 10% em 2024, já as mortes pela doença caíram 42%. As crianças regatadas eram levadas para o posto de Surucucu. Há dois anos, a unidade de saúde tinha mais de 100 pessoas internadas. Agora, o Fantástico encontrou 13 pacientes internados.
"No primeiro mês que eu entrei em área, a gente tinha uma média de 100 a 130 pacientes ainda internados. Então, foi uma melhora, eu diria que uns 90%. A gente conseguiu reduzir em um ano de trabalho," afirma o médico Fábio Rivelino.
Dois anos crise humanitária Terra Yanomami: número de casos de malária subiu 10% em 2024, já as mortes pela doença caíram 42% - Foto: Reprodução/TV Globo
Esperança e recuperação
Junior Hekurara, que levou a reportagem à aldeia de Tirei há dois anos, celebra a condição atual.
"Da outra vez, eu chorei muito. Agora vemos crianças saudáveis, brincando e rindo. Fico muito feliz."
Mortes de indígenas
O Fantástico teve acesso, em primeira mão, ao relatório do Ministério da Saúde que contabilizou a morte de 337 indígenas no território, em 2024. 21% menos que em 2023. Mas ainda muito parecido com o de 2022, antes de começar a operação. Segundo o relatório, isso acontece porque só agora as equipes de saúde estão tendo acesso aos lugares que estavam ocupados pelo garimpo e, portanto, estão registrando mortes ocorridas no passado.
https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2025/05/04/dois-anos-de-crise-humanitaria-na-terra-yanomami-quais-sao-os-avancos-e-os-desafios-que-ainda-persistem.ghtml
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