From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Indígenas marcham pelas ruas de Belém por mais participação nas negociações da COP30
17/11/2025
Autor: Afonso Bezerra
Fonte: Brasil de Fato - https://www.brasildefato.com.br
Manifestantes também protestaram contra exploração de Petróleo na Amazônia, desmatamento e mineração em terra indígena
Milhares de indígenas marcharam, nesta segunda-feira (17), pelas ruas de Belém (PA), em uma atividade da Aldeia COP, um dos espaços paralelos à programação oficial da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Com o lema 'A resposta somos nós', o grupo protestou contra o caráter restrito da Conferência, a insuficiência dos debates nas instâncias diplomáticas e cobrou por mais participação das populações tradicionais.
"Quando a gente fechou a COP30, a gente reivindicou que precisava ser ouvido e sentar nas negociações também. Não é só ele, o chefe de Estado, que tem que sentar. Nós também temos que sentar: mulheres, mães, cacique. A gente chamou a atenção do mundo todo. A gente tem que dizer que nós somos a resposta.", discursou a liderança indígena, Alessandra Korap Munduruku, do povo Munduruku, no estado do Pará.
Na sexta-feira (14), parte dos indígenas ocupou a entrada da Zona Azul e cobrou mais protagonismo nas discussões, além de uma reunião com o presidente da COP, o embaixador Corrêa do Lago, e com o presidente Lula. A reunião aconteceu no mesmo dia com as ministras Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima)
O grupo protestava pelo fim do desmatamento, contra a exploração de petróleo na Foz do Amazonas e por acesso direto ao financiamento climático. Os manifestantes também recordaram dos assassinatos de outras lideranças e fizeram uma homenagem aos indígenas mortos em conflitos.
A Marcha reuniu etnias de diversos países e do Brasil, colocando em evidência a defesa dos territórios, a luta contra o Marco Temporal e por mais diálogos com o governo federal.
"A minha resposta agora pro povo do governo é: 'olhe para nós com um olhar de amor, porque sem os indígenas, como é que vocês também vão progredir e conseguir sobreviver?' Porque nós estamos aqui não para destruir. Nós estamos aqui para trazer a resposta à vida. O nosso planeta ainda tem chance", afirmou Nayá Anambé, do povo Anambé, do Alto Moju, no Pará.
"Presidente Lula, assuma sua responsabilidade. A nossa parte já estamos fazendo e vamos garantir a autodemarcação dos territórios indígenas. Custe o que custar. Nós estamos prontos para criar uma frente de luta pela autodemarcação", afirmou o Cacique Ramom Tupinambá, de Ilhéus, na Bahia.
Mais demarcações
Os ministros Guilherme Boulos (Secretaria-Geral da Presidência) e Sônia Guajajara participam do ato. Com discursos rápidos ao final da marcha, os dois exaltaram o índice histórico da participação indígena nas COPs e anunciaram que novas demarcações serão encaminhadas.
Sônia Guajajara citou o número de participantes indígenas credenciados na Zona Azul, uma das áreas mais restritas da COP30, e convocou os demais manifestantes para reforçarem a pressão para que as propostas dos indígenas estejam presentes no documento final.
"Nós estamos lá acompanhando todos os debates, todos os temas que diz respeito aos nossos interesses. E agora o nosso desafio maior é conseguir com que os líderes globais que tomam as decisões da conferência do clima possam compreender e incluir no texto final o reconhecimento dos territórios indígenas como uma das medidas mais eficazes para enfrentar a crise climática. Estamos lá também falando, levando essa consciência de que proteger os territórios indígenas é a melhor solução para mitigar a crise climática", afirmou a ministra.
Boulos, por sua vez, fez uma comparação entre o governo anterior e o atual e disse que, apesar de não ser no ritmo desejado pelos indígenas, as políticas de demarcação estão saindo do papel no governo Lula. Ele voltou a reforçar que o governo assumiu o compromisso de assegurar a escuta prévia das populações que possam ser atigidas por projetos no Tapajós.
"Nós falamos com o presidente Lula, neste final de semana, e ele assumiu o compromisso de que nós vamos ter na próxima semana novas homologações de terras indígenas e novas portarias declaratórias", discursou Boulos.
https://www.brasildefato.com.br/2025/11/17/indigenas-marcham-pelas-ruas-de-belem-por-mais-participacao-nas-negociacoes-da-cop30/
Milhares de indígenas marcharam, nesta segunda-feira (17), pelas ruas de Belém (PA), em uma atividade da Aldeia COP, um dos espaços paralelos à programação oficial da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Com o lema 'A resposta somos nós', o grupo protestou contra o caráter restrito da Conferência, a insuficiência dos debates nas instâncias diplomáticas e cobrou por mais participação das populações tradicionais.
"Quando a gente fechou a COP30, a gente reivindicou que precisava ser ouvido e sentar nas negociações também. Não é só ele, o chefe de Estado, que tem que sentar. Nós também temos que sentar: mulheres, mães, cacique. A gente chamou a atenção do mundo todo. A gente tem que dizer que nós somos a resposta.", discursou a liderança indígena, Alessandra Korap Munduruku, do povo Munduruku, no estado do Pará.
Na sexta-feira (14), parte dos indígenas ocupou a entrada da Zona Azul e cobrou mais protagonismo nas discussões, além de uma reunião com o presidente da COP, o embaixador Corrêa do Lago, e com o presidente Lula. A reunião aconteceu no mesmo dia com as ministras Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima)
O grupo protestava pelo fim do desmatamento, contra a exploração de petróleo na Foz do Amazonas e por acesso direto ao financiamento climático. Os manifestantes também recordaram dos assassinatos de outras lideranças e fizeram uma homenagem aos indígenas mortos em conflitos.
A Marcha reuniu etnias de diversos países e do Brasil, colocando em evidência a defesa dos territórios, a luta contra o Marco Temporal e por mais diálogos com o governo federal.
"A minha resposta agora pro povo do governo é: 'olhe para nós com um olhar de amor, porque sem os indígenas, como é que vocês também vão progredir e conseguir sobreviver?' Porque nós estamos aqui não para destruir. Nós estamos aqui para trazer a resposta à vida. O nosso planeta ainda tem chance", afirmou Nayá Anambé, do povo Anambé, do Alto Moju, no Pará.
"Presidente Lula, assuma sua responsabilidade. A nossa parte já estamos fazendo e vamos garantir a autodemarcação dos territórios indígenas. Custe o que custar. Nós estamos prontos para criar uma frente de luta pela autodemarcação", afirmou o Cacique Ramom Tupinambá, de Ilhéus, na Bahia.
Mais demarcações
Os ministros Guilherme Boulos (Secretaria-Geral da Presidência) e Sônia Guajajara participam do ato. Com discursos rápidos ao final da marcha, os dois exaltaram o índice histórico da participação indígena nas COPs e anunciaram que novas demarcações serão encaminhadas.
Sônia Guajajara citou o número de participantes indígenas credenciados na Zona Azul, uma das áreas mais restritas da COP30, e convocou os demais manifestantes para reforçarem a pressão para que as propostas dos indígenas estejam presentes no documento final.
"Nós estamos lá acompanhando todos os debates, todos os temas que diz respeito aos nossos interesses. E agora o nosso desafio maior é conseguir com que os líderes globais que tomam as decisões da conferência do clima possam compreender e incluir no texto final o reconhecimento dos territórios indígenas como uma das medidas mais eficazes para enfrentar a crise climática. Estamos lá também falando, levando essa consciência de que proteger os territórios indígenas é a melhor solução para mitigar a crise climática", afirmou a ministra.
Boulos, por sua vez, fez uma comparação entre o governo anterior e o atual e disse que, apesar de não ser no ritmo desejado pelos indígenas, as políticas de demarcação estão saindo do papel no governo Lula. Ele voltou a reforçar que o governo assumiu o compromisso de assegurar a escuta prévia das populações que possam ser atigidas por projetos no Tapajós.
"Nós falamos com o presidente Lula, neste final de semana, e ele assumiu o compromisso de que nós vamos ter na próxima semana novas homologações de terras indígenas e novas portarias declaratórias", discursou Boulos.
https://www.brasildefato.com.br/2025/11/17/indigenas-marcham-pelas-ruas-de-belem-por-mais-participacao-nas-negociacoes-da-cop30/
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